09 outubro 2009

Em minha desgraca



Quando em minha desgraça e sem fortuna sigo

dos homens desprezado, e minha sorte choro,

praguejo contra os céus insensíveis, deploro

meu destino, e em protesto inútil me maldigo.


E os ricos de esperança invejo, e, num momento,

anseio ter também prazeres, alegrias,

tudo o que, à alma nos traz algum contentamento

e de amizades enche o decorrer dos dias…

Mas se assim desolado estou, e penso em ti,

tal como a cotovia ao vir da madrugada,

canto à espera do sol, à luz que ainda não vi,

e me sinto feliz, e sou rico talvez,

pois tendo o teu amor em minha alma encantada,

nem troco o meu destino e nem invejo os Reis!